27 de fevereiro de 2010

Coluna: Curiosidades


Maysa de A a Z, no Dia D


Maysa gostava de experimentar diferentes aventuras, tanto que embarcou numa de jornalista do programa Dia D, exibido pela Record Canal 7. O programa misturava reportagens, música e variedades, apresentado até então por Cidinha Campos. Após a saída de Cidinha o Canal 7 faria uma alternação de convidados para substituí-la, mas Maysa se saiu tão bem na primeira noite entrevistando Maria Bethânia, que passou a ser titular da atração já na semana seguinte. Maysa tomou gosto pelo novo ofício; o programa era imprevisível como ela. Em junho cobriu a noticia do assassinato do general Pedro Aramburu. Em julho em Lisboa, cobriu também com exclusividade o funeral do ditador Salazar. Uma semana Maysa entrevistava Dercy Gonçalves, em outra conversava com Augusto Rademarker, o vice do general Emilio Garrastazu Médici. Retratava curiosidades como o primeiro salão de beleza masculino no Brasil; ou reportagens investigativas, como o navio pesqueiro chinês, que aportou no Paraná com 21 tripulantes mortos. Embarcava também em reportagens curiosas e engraçadas como a do homem que jurava ter vindo de Netuno, ou do grupo de pessoas que morava dentro de uma caverna. A lista completa de entrevistados incluiria de Chacrinha inistro dos transportes Mário Andreazza; do Mazzaropi ao governador da Guanabara, Negrão de Lima; do governador de São Paulo, Abreu Sodré ao estilista Clodovil... Diversidade era o lema.


Mas no final da década de 60, um crime de extrema crueldade chocaria o mundo; tratava-se da chacina comandada pela psicopata Charles Manson com a ajuda de suas “discípulas”. Crime que ficou conhecido como chacina de Tate-Labianca. O mundo incrédulo esperava pelo julgamento. Em 1970 chegou o tão esperado julgamento de Manson. Então em agosto de 1970, diretamente dos Estados Unidos, uma inexperiente repórter foi cobrir o julgamento de Manson, exclusivamente para o Brasil. No crachá com a credencial, lia-se o nome “Maysa Monjardim”. O empenho de Maysa até causava dúvidas nos fãs de sua continuidade como cantora; mas eles podiam respirar aliviados, não iriam perdê-la para o jornalismo. O câmera Laerte Rosa, acompanhava Maysa em suas matérias e viagens. Maysa sentia grande admiração por Laerte, admiração essa que logo ganharia contornos de maior intimidade. Nas viagens dividiam os mesmos quartos de hotel... “A cantora Maysa está de romance novo, com o companheiro de tevê.”, anunciavam notinhas a respeito do caso com Laerte. Já em Los Angeles para a cobertura, ao lado de Laerte, Maysa não se preparou para entrevistar o advogado de defesa de Manson. Com a câmera pronta e com o microfone na mão, Maysa fez uma única pergunta:


“O que o senhor tem a dizer sobre o caso?”

“A senhora podia fazer uma indagação mais específica?” retrucou o advogado de Manson.

“Ah, fale qualquer coisa...”

Foi um vexame, assumiu a própria Maysa. A entrevista foi ao ar na íntegra. “Eu vi o teipe no Rio de Janeiro logo que cheguei de viagem e tive mesmo vontade de morrer.”, confessou “Se eu pudesse desligar o botão da minha televisão e tirar o programa do ar, teria tirado. Infelizmente a gente não viaja por conta própria, mas com o dinheiro dos outros. E o programa que dá mais ibope, não importa se bom ou ruim, eles levam ao ar. A tevê brasileira não existe para ser muito inteligente.”, desabafou Maysa.

Laerte e Maysa tinham vários planos para tevê, inclusive um filme, que nunca foi realizado. Mas não foram só projetos que não deram certo; o caso de Maysa e Laerte teve um trágico desfecho. Laerte entrou em coma nos braços de Maysa; havia tomado um coquetel alucinógeno misturado com álcool e os comprimidos para emagrecer da cantora. Foi demais para ele, Laerte veio a falecer no hospital, ao lado de Maysa. “Laerte morreu e, com ele, mais um pedaço de mim” anotou Maysa em seu diário. Cada vez mais Maysa foi se afastando do ofício, e para ela o programa perdeu o sentido sem Laerte. Os dias da cantora no Dia D não seriam os mesmos... Enfim, Maysa teve grandes realizações como apresentadora, algumas frustrantes, mas é isso que faz a diferença. Com certeza, Dia D foi daqueles programas de não sair de casa, pra não perder um só trecho! Acima de tudo, como disse Maysa: “o jornalismo é o futuro de tudo”.

3 comentários:

  1. ah meu deus, daria tudo pra assistir pelo menos um programinha!!!! imagina só a May entrevistando um cara q jura que veio de Netuno... KKKKKKKKKKKKKKK
    VIVA MAYSA!

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  2. Somos duas, Marina
    Cadê minha máquina do tempo?
    Se eu achar te levo junto!

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  3. pois é né Eliane!! cadê? :(((
    se achar me leva hein! hahaha
    bj bj;*

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