8 de abril de 2010

Coluna: Disco da semana


Convite Para Ouvir Maysa Nº 4


Gravadora: RGE
Ano: 1959
Faixas:
1- Você (Maysa / Simonetti)
2- Pelos Caminhos da Vida (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
3- Noite de Paz (Dolores Duran)
4- Exaltação ao Amor (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
5- Tema da Meia-Noite (Nazareno de Brito)
6- Negro Malandro de Morro (Maysa)
7- Amargura (Radamés Gnattali)
8- Deserto de Nós Dois (Maysa / Simonetti)
9- Toda Tua (Maysa)
10- Outra Vez (Tom Jobim)
11- Malatia (Armando Romeo)
12- Dois Amigos (Ary Barroso)

Análise:
Convite Para Ouvir Nº 4 é talvez um dos álbums mais grandiosos e bem produzidos de toda a discografia da cantora. Lançado no início de 1959, na capa Maysa aparecia dedilhando as cordas de um violão, loira, com os lábios vermelhos e um semblante triste, porém logo uma aliança na mão esquerda denunciava que era uma foto antiga, ainda dos tempos de casada.  No LP, ela assinava quatro canções: Toda Tua, Negro Malandro de Morro, Você e Deserto de Nós Dois, estas duas últimas em parceria com o maestro Enrico Simonetti, que também assinava os arranjos e regência do LP. Àquela altura, Maysa já figurava no seleto hall das maiores compositoras da MPB, mas havia quem censurasse o fato dela estar passando a compor somente em parceria. Novamente ela incluía canções da dupla Tom Jobim e Vinicius de Moraes, então, uma das duplas mais requisitadas do Brasil; eram elas a dramática Pelos Caminhos da Vida e a teatral Exaltação ao Amor, em interpretações intensas e grandiosas. De Dolores Duran, Maysa incluíra no disco a belíssima Noite de Paz. Também tinham destaque a  sentimental Tema da Meia-Noite, de Nazareno de Brito; a inédita excursão da Rainha da Fossa ao mundo do samba ligeiro em Negro Malandro de Morro, (música de sua própria autoria gravada originalmente em 1957), e a bela Deserto de Nós Dois. O clima melancólico do disco era conduzido por outro clássico: Amargura de Alberto Ribeiro e Radamés Gnattali, provavelmente em sua melhor versão, e Dois Amigos, de Ary Barroso. Por fim Maysa fazia uma releitura do beguine Malatia, música do napolitano Armando Romeo. Era sem dúvidas um disco grandioso e arrebatador, onde interpretações intensas e explosivas reafirmaram Maysa como a máxima do gênero romântico.

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