6 de maio de 2010

Disco da semana


Maysa

Gravadora: Copacabana Discos
Ano: 1969
Faixas:
1- Pra Quem Não Quiser Ouvir Meu Canto (César Roldão Vieira)
2- Estranho Mundo Feliz (Ruy Maurity / José Jorge Miquinioty)
3- Catavento (Arthur Verocai / Paulinho Tapajós)
4- Rosa Branca (Tibério Gaspar / Antônio Adolfo)
5- Tema Triste (Tibério Gaspar / Antônio Adolfo)
6- Eu e o Tempo (Durval Ferreira / Flávia Alvim)
7- Um Dia (Egberto Gismonti)
8- Imensamente (Flávia Alvim / Hedys Barrozo Netto)
9- Canto de Fé (Nonato Buzar / Willian Prado)
10- Indi (Egberto Gismonti / Arnoldo Medeiros)
11- Quebranto (Ruy Maurity / José Jorge Miquinioty)
12- Você Nem Viu (Tibério Gaspar / Antônio Adolfo)

Análise:
No segundo semestre de 1969, Maysa estava prestes a lançar um dos discos mais conceituais e delicados de toda sua carreira.

Intitulado simplesmente Maysa, a capa mostrava a cantora junto com o filho Jayme Monjardim numa foto em preto e branco. O LP trazia doze canções inéditas de compositores ainda pouco conhecidos, nomes hoje consagrados como os de Egberto Gismonti, Durval Ferreira, Tibério Gaspar e Paulinho Tapajós, que naquela época estavam em começo de carreira e começavam a se destacar no cenário musical brasileiro. Lançado pela gravadora Copacabana, o disco era aberto com a autobiográfica "Pra Quem Não Quiser Ouvir Meu Canto" de César Roldão Vieira, um nome que começava a se destacar nos festivais de música.

Três composições eram de autoria da dupla Antônio Adolfo e Tibério Gaspar, eram elas as súteis "Rosa Branca", "Tema Triste" e "Você Nem Viu". O irmão de Antônio Adolfo, Ruy Maurity, também emplacou duas faixas no álbum, em parceria com José Jorge Miquinioty, eram elas "Estranho Mundo Feliz" e "Quebranto". Outros achados preciosos do álbum eram a belíssima "Catavento" (Paulinho Tapajós e Arthur Verocai), "Eu e o Tempo" (Durval Ferreira e Flávia Alvim) e "Canto de Fé" (Nonato Buzar e Willian Prado).

Naquela época o hoje consagrado compositor e instrumentista Egberto Gismonti que alguns anos depois faria uma bem sucedida carreira internacional, estava apenas em início de carreira, naquele mesmo ano ele lançou seu primeiro álbum pela Elenco, quando Maysa resolveu incluir duas canções de sua autoria no LP, - "Um Dia" e "Indi", duas letras sensíveis e ternas, que abordam elementos da natureza, uma característica da obra de seu autor.

O LP é um item precioso da discografia de Maysa, que confiando o trabalho à uma turma de compositores e instrumentistas jovens e talentosos, acabou por obter um dos trabalhos mais delicados e modernos de toda sua carreira. É um LP de sonoridade sofisticada, com arranjos e regência dos músicos/maestros, Egberto Gismonti, Lyndolpho Gaya, Antônio Adolfo e Severino Filho.

 Infelizmente, o público e a crítica estranharam o álbum, que acabou ofuscado pelo sucesso extraordinário e o furor em torno do antológico espetáculo de Maysa no Canecão, um evento quer monopolizaria as atenções da mídia para si em 1969.

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